
"Se queres ser feliz amanhã, tenta hoje mesmo."
É com esse vídeo que hoje eu homenageio minha gatinha amada, Duda.
Há oito anos ela me faz companhia de um jeitinho todo dela, tão especial. Minha gatinha "sonsa", faz apenas o que quer fazer. Se for obrigada a algo - como sair de um quarto, levantar-se da cama, dar licença da cadeira - ela reclama sem constrangimento. Enquanto pode, para continuar fazendo aquilo que deu na cabeça de fazer, ela finge não escutar as suplicas ou xingos alheios.
Mas ela é muito carinhosa e tem a maternidade aflorada. Adotou a gatinha mais nova, Tica, e cuidou dela melhor que muita gata mãe de verdade. Assiste às novelas no colo da minha mãe toda noite. Dorme comigo na minha cama e às vezes deita a cabecinha no meu pé.
Duda ou Dudu ou Tu Pinto (qualquer destes nomes é válido) foi um presente de umas amigas que sabiam bem o que me dar para me agradar. Mas ela chegou doentinha (presente de grego!) e logo numa de nossas primeiras noites juntas eu passei praticamente 24 horas dando soro caseiro para ela melhorar. De verdade, eu colocava o meu despertador pra tocar a cada 30 minutos para dar o bendito soro pra ela. Tudo para não ter que interná-la; tudo para não me afastar dela.
Toda vez que toma banho, apronta tamanho escândalo que todos os gatos da casa ficam a espreitar na porta do banheiro. Tenho certeza que tem vizinho que se pergunta se deve ou não chamar a sociedade protetora dos animais. Babita, a gata mais velha, fica tão irritada com a gritaria, que assim que se vê diante da Duda, lhe dá uma “patada” na cara!
Duda é uma gatinha muito querida que eu quero ao meu lado por muitos anos. É minha chata predileta, minha filha do meio, meu amor.
Duda, a você, um feliz aniversário. Parabéns por mais essa primavera!
Eu não posso dizer que eu não tive um pai. Eu tive, sim. Um tão presente quanto um pai de verdade seria. Ou mais. Talvez mais.
Diz a minha mãe que quando eu era criancinha eu chamava o meu avô de vô-pai. Eu não me lembro disso. Mas, se era assim, desde muito nova eu já entendia o que meu avô significa pra mim.
Convivi com meu avô com a proximidade com que se convive com um pai. Foi ele que me ensinou a gostar de natureza, já que me levava para o sítio em sua companhia e na da vovó todo santo fim de semana. Aprendi a andar no mato, a mexer com bicho, a nadar em riacho, a curtir a natureza íntegra. Graças aos seus incentivos aprendi até a montar cavalo.
Vovô é muito bravo. Militar. Aprendi com ele a ser muito educada. A falar sem os vícios dos “palavrões”. Depois que eu cresci, eu desaprendi. Mas aí a responsabilidade é toda minha.
Quando eu era adolescente dizia pra vovó que ela tinha sorte de ter nascido numa época diferente da minha, caso contrário, eu daria um jeito de o vovô ser o meu marido e não o dela! Isso é porque eu o admiro muito. Sua beleza (ele é lindo!), sua força, inteligência e competência. Bem que eu queria um marido assim.
Já falei que devido à grande diferença de idade e à distância entre as nossas gerações, houve um tempo em que a nossa comunicação ficou muita falha. Um não conseguia entender o outro. Como conseqüência nós brigamos muito. Tivemos brigas muito sérias. A gente tentou, inclusive, se afastar. Eu confesso que quis romper relações no ápice da minha angústia. A angústia de ver meu avô – meu herói – sendo tão feroz comigo. Mas o tempo sara feridas. Ainda que restem cicatrizes, as feridas acabam parando de sangrar e de doer. O tempo colabora com o perdão. Apesar das falhas, dos desentendimentos e críticas e das decepções, nós nos perdoamos um dia. Nos reaproximamos. Que sorte!
Sempre amei o meu avô e hoje eu sei por que sofri tanto todas as vezes que nós brigamos. Sei também que mesmo quando eu quis me afastar foi por amar demais e, assim, sofrer demais.
Ele é um exemplo pra mim e, em muitos aspectos, quero ser como ele. Eu já sou muito parecida com ele. Quem nos conhece, sabe.