Nós duas tivemos anos de convívio atribulado. Nunca acreditei que a culpa fosse sua. E, pra me tirar qualquer peso dos ombros, também jamais considerei que ela pudesse ser minha.
Eu sempre soube – e o tempo e a maturidade só confirmaram isso – que a nossa dificuldade de comunicação sempre se deveu ao fato de sermos tão parecidas.
Não é que pensássemos igualmente – e era daí que surgiam as diferenças. Era a notável semelhança no jeito de ser e agir. A personalidade forte, o “nariz empinado” e a segurança é que faziam com que nos enfrentássemos com a mesma garra e energia. Uma sempre almejando incutir na outra os próprios pensamentos e convicções.
Eu sou a “sua cara”, tia. Somos tão parecidas e isso nos colocou tão distantes.
Mas eu sempre te admirei. “É a minha tia mais inteligente. É aquela que ama demais a família, mas tem força suficiente para viver longe do seu aconchego em busca dos objetivos. Lindos objetivos: sucesso na carreira, liberdade, independência, experiência, felicidade...”. Era o que eu tanto repetia aos meus amigos.
Eu também te critiquei: “É a minha tia mais difícil de lidar...” Engraçado foi perceber, pouco a pouco, que tudo aquilo que mais me incomodava em você eram os seus defeitos mais parecidos com os meus. Eram os meus defeitos refletidos em você.
Desculpe-me pelas tantas discussões, que nunca levaram a nada... Eu sempre te amei. Sempre te amo.
Um comentário:
Olá, mulher. Pus um link desse seu balaio lá no meu blog Costurando. Espero visitas suas lá tb, apesar de que eu tenho tudo pouco tempo pra atualizar.
bjs
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