sábado, 29 de março de 2008

Adeus

Um dia ela já foi uma grande aliada. Graças a ela eu fui capaz de enfrentar guerras e, muitas vezes, vencê-las. A sua força me proporcionou a estrutura de que eu tanto precisava para enfrentar os meus maiores temores e extirpá-los, um a um. Quando, por alguma razão, não podia superá-los, ela ao menos me fortalecia e me ajudava a permanecer firme. Sempre ereta. Sempre alerta. Sempre resistente.

Sua presença soberana já foi muito importante pra mim. E me orgulho por tê-la tido tantas vezes ao meu lado, impiedosa diante daqueles que pareciam querer me confrontar. Me derrotar.

Tempos passados, tempos passados...

Aquela que um dia me ofereceu vitória, hoje, ainda rígida e vigorosa, me faz encarar situações brandas e inofensivas com a mesma tenacidade de outrora. Mas, ao invés de me favorecer, me leva a engrandecer problemas tão pequenos! Aumenta o desconforto de momentos que poderiam ser resolvidos com serenidade. Destrói a minha chance de superá-los.

Ela não sabe fazer diferente...

Aquela que representava triunfo, hoje pode me fazer cair. Não devo mais contar com a sua ajuda cega. Agora é hora de deixá-la ir. É um momento difícil, pois viver sem ela é quase como recomeçar. Não sei se consigo sozinha. Mais que isso, não sei se consigo tirá-la da minha vida.

Viverei um dia de cada vez. Hoje não conto com ela. Não quero contar com ela. Apenas hoje. Se eu conseguir passar por esse dia sem permitir a sua manifestação, encararei o próximo dia. E assim levarei. Assim tentarei...


Adeus, se deus quiser, agressividade.


3 comentários:

Pipa Cavalcanti disse...

Ei Lívia!
Desculpa a invasão... mas já que invadi....
Cheguei aqui atravez do Blog da Carol e gostei do que você escreveu. POsso invadir mais vezes?
rsrs

Ps: Como eu queria ter escrito esse "Adeus" tão doído e tão belo...
=)

Lívia Dias disse...

Oi, Pipa!
Fique a vontade para passar por aqui quantas vezes quiser! Será um prazer! :)
Fico muito feliz que vc tenha gostado do texto. Obrigada pelo comentário.
Um abraço!

Rodrigo disse...

Esse adeus nunca poderá ser dado porque ele seria negar a nossa própria natureza.A escolha de quando usá-la é a meta a ser perseguida.Uma fera ferida é assim por instinto. Nós temos outras escolhas para resolvermos nossos problemas.