terça-feira, 24 de agosto de 2010

Vem aqui, olha!

“Vô, vô, olha o que eu consigo fazer!
Tô vendo.
Não. Vem aqui, olha!

Ele é testemunha do que eu fui quando criança.
Ele me viu e me conheceu no esplendor da minha capacidade de ser eu mesma: criança, feliz, livre, solta... integrada com a natureza, curiosa, levada, feliz.
Repito, feliz! Como jamais poderei saber se conhecerei este estado de espírito de novo, com o mesmo vigor.

Ele me viu desabrochar para as coisas desconhecidas e não soube perceber quando eu estava me tornando uma mulher. Talvez fosse resistência em aceitar que a gente verdadeiramente cresce; talvez por excessiva proteção contra os fantasmas que estavam em sua cabeça; talvez apenas costume de ter as coisas em suas rédeas, sob seu controle.

E foram muitas as horas de amor e de ódio entre a gente. Afinal, esses dois sentimentos não são os lados de uma mesma moeda? E como saber o que era meu e o que era dele? E o pior, quanto disso tudo não se impregnou em mim mesma e hoje nem sei se vejo a fronteira entre o real e a fantasia?

O tempo faz essas coisas com a gente, nos desmancha. O que antes era claro e nítido torna-se impreciso. Memória de um sentir diferente que a gente guarda como um souvenir, uma entrada de sessão para um ótimo filme.

Quantas saudades de um tempo que não vai voltar mais.

Mas vou ainda repetir o mesmo diálogo, sempre:

“Vô, vô, olha o que eu consigo fazer!
Tô vendo.
Não. Vem aqui, olha!”



Texto de Rodrigo José Nunes Pinto, meu melhor amigo.



Vô-pai

Eu não posso dizer que eu não tive um pai. Eu tive, sim. Um tão presente quanto um pai de verdade seria. Ou mais. Talvez mais.

Diz a minha mãe que quando eu era criancinha eu chamava o meu avô de vô-pai. Eu não me lembro disso. Mas, se era assim, desde muito nova eu já entendia o que meu avô significa pra mim.

Convivi com meu avô com a proximidade com que se convive com um pai. Foi ele que me ensinou a gostar de natureza, já que me levava para o sítio em sua companhia e na da vovó todo santo fim de semana. Aprendi a andar no mato, a mexer com bicho, a nadar em riacho, a curtir a natureza íntegra. Graças aos seus incentivos aprendi até a montar cavalo.

Vovô é muito bravo. Militar. Aprendi com ele a ser muito educada. A falar sem os vícios dos “palavrões”. Depois que eu cresci, eu desaprendi. Mas aí a responsabilidade é toda minha.

Quando eu era adolescente dizia pra vovó que ela tinha sorte de ter nascido numa época diferente da minha, caso contrário, eu daria um jeito de o vovô ser o meu marido e não o dela! Isso é porque eu o admiro muito. Sua beleza (ele é lindo!), sua força, inteligência e competência. Bem que eu queria um marido assim.

Já falei que devido à grande diferença de idade e à distância entre as nossas gerações, houve um tempo em que a nossa comunicação ficou muita falha. Um não conseguia entender o outro. Como conseqüência nós brigamos muito. Tivemos brigas muito sérias. A gente tentou, inclusive, se afastar. Eu confesso que quis romper relações no ápice da minha angústia. A angústia de ver meu avô – meu herói – sendo tão feroz comigo. Mas o tempo sara feridas. Ainda que restem cicatrizes, as feridas acabam parando de sangrar e de doer. O tempo colabora com o perdão. Apesar das falhas, dos desentendimentos e críticas e das decepções, nós nos perdoamos um dia. Nos reaproximamos. Que sorte!

Sempre amei o meu avô e hoje eu sei por que sofri tanto todas as vezes que nós brigamos. Sei também que mesmo quando eu quis me afastar foi por amar demais e, assim, sofrer demais.

Ele é um exemplo pra mim e, em muitos aspectos, quero ser como ele. Eu já sou muito parecida com ele. Quem nos conhece, sabe.


sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Simplesmente Fantástico, DEZ!!!

"Once in a while
Two people meet
Seemingly for no reason
They just pass on the street
Suddenly thunder showers every where
Who can explain the thunder and rain
But there's something in the air"


domingo, 8 de agosto de 2010

Este, sim...


Casamento de Carol e Rodrigo


...foi um verdadeiro casamento dos sonhos.