quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

E o ano novo bate à porta... 2010, seja bem vindo!


"Mudaram as estações, nada mudou
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu
Está tudo assim tão diferente..."





"Saber o que é certo e não o fazer é a pior covardia."

Confúcio



domingo, 27 de dezembro de 2009

Chame de perda, morte, luto. Chame do que quiser.


Disseram-me uma vez que a dor de uma pessoa que enfrenta uma perda importante passa por cinco fases distintas. A primeira delas, a negação: é impossível acreditar na perda. Ela definitivamente não ocorreu. “Isso não pode ter acontecido comigo!” A vítima do luto o nega com veemência. Evita, foge, se esconde, ignora ou tenta ignorar aquela dor lancinante. Porém, num dado momento, parece que se torna impraticável fingir que a perda não aconteceu. Ela está ali: tão presente, tão viva, tão imponente.

O sofredor passa a negociar com a perda e aí começa a segunda fase do luto: a barganha. Implora-se por um pouco mais de tempo, uma nova chance, quem sabe apenas mais um dia. Tudo o que se tem de mais valioso é oferecido, na tentativa de seduzir a perda a proporcionar-lhe mais uma oportunidade de viver a vida simplesmente como ela era antes de ser violentada. Só mais uma chance. Mas a perda egoísta e opressora não aceita nada. Na verdade, ela não precisa de mais nada. Ela possui a sua vítima por completo, agonizante na sua dor.

É nítido o poder da perda sobre sua vítima. E esta percebe a sua vulnerabilidade diante de tamanha tirania e arbitrariedade imposta pelo luto. O oprimido se vê diante da sua própria fraqueza e impotência. Nesse instante, fatalmente começa a terceira fase do luto: a raiva. Esse sentimento apossa e consome seu refém. Ele odeia o que lhe aconteceu. Abomina a amargura que sente, a novidade tão indesejada, essa visita malquista da morte de algo ou alguém que tanto amava. Ele maldiz todos os acontecimentos que a antecedem, culpando cada um deles pela perda imposta. Hostiliza o dia, ressente-se de ter se levantado da cama, sente uma ira que cega e imobiliza. Esse ódio vai lentamente desgastando a sua energia, lhe massacrando. Num momento o opresso cai cansado e se depara com a quarta fase da perda: a depressão.

Agora ele convive com o seu algoz, sabe que não adianta negociar com a perda porque ela já faz parte da sua vida e não pretende deixá-lo. Entende que nenhuma luta será capaz de mudar esse fato. Ele está diante de uma realidade imutável e se entrega definitivamente à sua dor. Vive dia a dia a miséria do luto. A morte é tão real que não é mais cabível viver sem a sua presença obscura.

Um dia o impotente escuta que a quinta fase da perda é a aceitação. Aprende-se a viver com a morte e a ausência daquele amor que outrora existiu, sem que isso cause tanta angústia, tanto pesar. Agora, já cansado e entregue, o dominado se pergunta, infelizmente descrente, mas ao mesmo tempo tão desejoso pela chegada dessa fase de paz: “será que serei capaz de aceitar?”




sábado, 26 de dezembro de 2009




"Que o seu sim seja sim

E o seu não, não."



sábado, 12 de dezembro de 2009

Ser feliz é tudo o que se quer

Quando criança, eu brincava com os meus primos de Banco Imobiliário, Jogo da Vida ou outros desses joguinhos ou brincadeiras nas quais acabamos imaginando e idealizando o nosso futuro e eu sempre dizia que me casaria aos 21 anos. Logo depois teria um casal de filhinhos. Com alguma sorte do destino eles seriam gêmeos. Minha avó teve gêmeos, por isso a chance de eu também ter era alta. Meus sonhos eram possíveis, ora! Eu me tornaria uma profissional respeitada e muito bem remunerada; na época eu queria ser professora porque adorava imitar as professorrinhas do colégio. A vida parecia que aconteceria tão fácil! Lembro até que eu dizia que meu carro seria uma BMW! Êta tempo maravilhoso esse em que a gente tem certeza de um futuro tão certeiro e brilhante!
Hoje eu me lembro disso com um sorriso nos lábios. Ora um sorriso maroto me deliciando com as idealizações da criança que um dia eu fui, ora um sorriso mais melancólico, quando vejo que a vida não aconteceu tão simples como eu supunha.
Hoje eu sou veterinária e estou satisfeita com a profissão que escolhi. Ela combina comigo e com o meu amor quase inexplicável pelos animais. Existem sempre muitos obstáculos, mas sigo bem o caminho que escolhi. Agora, aliás, estou melhor do que nunca! Logo abrirei meu próprio hospital veterinário! Eu que até outro dia “babava” assistindo aos “Plantões Veterinários” no Animal Planet, impressionada com a atuação prodigiosa dos veterinários e com os hospitais onde eles trabalhavam.
Não estou casada, mas quanto aos filhos, já tive muitos! Uns já me deixaram - infelizmente - e hoje são uma lembrança gostosa de ter; outros enriquecem a minha vida e a tornam diariamente especial. Minhas três gatinhas queridas, muito importantes pra mim. Um “neném humano” eu ainda não tive e como posso eu, hoje, dizer se algum dia terei? Não sei! O tempo me dirá.
Todos os dias (verdade que uns menos, outros bem mais) eu luto pela minha felicidade. Valorizo as pessoas que amo e que me amam também, busco ser uma profissional cada dia mais capacitada, invisto naquilo que já conquistei, trabalho para me tornar alguém sempre melhor. Quero ser feliz e, assim, fazer outras pessoas felizes também.