domingo, 30 de novembro de 2008

Uma relação especial

Eu estou achando as pessoas, hoje em dia, muito pouco interessantes. Não que eu seja muito especial, mas as conversas são um pouco previsíveis, os comentários também. Se alguém faz uma ironia, uma piadinha qualquer, há sempre um plantonista do politicamente correto para fazer um ar de "não gostei".
No meio deste marasmo, sem sal nem açúcar, há um lugar muito especial para alguém que tem a boca suja, mente ligeira, raciocínio sagaz, língua afiada. Coração apertado, dúvidas atrozes, desejos a mil. Ou seja, um sopro de vida no meio da minha rotina. E esta vida, hoje, completa mais um ano. Quantos anos ela tem? Só Deus sabe! E espero que sejam muitos para me ajudar a vencer esta árdua tarefa que é viver. Com ela, a vida ganha um sentido mais colorido; pode até ir do cinza ao arco íris, mas tem cor!
Temos uma relação de amor profundo que ultrapassa as convenções sociais. As pessoas não entendem, e eu entendo: não é comum duas pessoas saberem dos defeitos um do outro, já terem brigado, se amado, discutido, divagado, sofrido, sonhado... e mesmo assim se querer bem. Aliás, isso é o que eu mais quero: querer bem a ela.
Se Deus existe mesmo, ele foi legal comigo, porque me fez conhecê-la. Se a sorte está do meu lado, ela dividiu seus afazeres com esta pessoa que me traz a fortuna de dizer que eu tenho alguém que realmente me quer bem.
Não vou ser cruel e pedir para você ser feliz na vida, porque esta busca é insana e impossível de obter. Mas viva a vida, apesar de tudo e todos e seus momentos de alegrias vão ser muitos. Faça deste momento, o próximo a você sentir saudades. Continue do meu lado e eu te darei um amigo fiel e leal.
Te amo batantão, viu Lívia!


Rodrigo J. N. Pinto



quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Deliciosa e Inesquecível Oportunidade


Abri os olhos, não consigo mais fechar.



Uma conversa

Muitas pessoas participaram direta e ativamente da minha criação. No final das contas, a verdade é que eu tive muitos pais e muitas mães. Uns desses tantos pais que tive foram os meus avós. Agora, imagine: se a convivência entre pais e filhos pode ser tão complicada devido à distância e à divergência entre as gerações, o que dirá o convívio entre avós e neta? E se eu acrescentar que o meu avô é militar, rigoroso, forte e determinado? Será possível entender que grande (a maior) parte da minha vida foi vivida sob regras rígidas e inflexíveis. Ponto final.

Passei anos - desde muito nova, confesso - sonhando com uma liberdade que eu mesma desconhecia como seria. Mas eu a desejei intensamente e lutei com unhas e dentes por ela. Tempos delicados aqueles de luta.

O fato é que eu recebi o tão cobiçado prêmio pelo qual tanto lutei e me vi, enfim e felizmente, livre!

Passei a levar a minha vida de acordo com as minhas vontades. E apenas com as minhas vontades! Tudo agora deveria ser como eu bem queria!

Havia muito do que eu desejava fazer. Eu tinha inúmeros planos colecionados. E rigorosamente pretendia colocá-los todos em prática. As proibições de outrora eram agora consentidas por mim.

Entretanto, hoje eu enxergo um problema: se é verdade que eu me libertei do cárcere imposto pela minha educação severa, é também verdade que eu me aprisionei em outro que eu mesma construí pra mim, sem me dar conta disso.

Como eu havia dito, tudo deveria acontecer de acordo com o que eu desejava, dali em diante. E eu não pensava em permitir que fosse diferente. Assumi (ou tentei, na verdade) o domínio das coisas e descobri que tudo aquilo que fugia ao meu controle, me deixava decepcionada, irritada ou frustrada. Meus planos - dos mais simples e corriqueiros aos mais complexos - eram rígidos e inflexíveis (como eram aqueles aos quais um dia me sujeitei). Sem notar, boicotei muitos sonhos e experiências válidos pelo simples fato de eles não estarem seguindo integramente o caminho (reto) que eu havia traçado. Abri mão do que era “torto”, sem nem ao menos me permitir experimentá-lo. Me aprisionei. A maioria dos caminhos que percorremos ao longo da vida não são nem retos, nem perfeitos e nossas experiências, em geral, não saem exatamente como planejadas. Se eu abdicava disso, vivia de que? Desapontamentos, claro.

A maravilha da vida é que as pessoas estão sempre mudando. Essa é, sem dúvida, uma certeza: estamos em transformação o tempo todo. Hoje sou capaz de enxergar a prisão que eu construí pra mim e, sendo assim, sou também capaz de destruí-la! E que incrível prazer poder dizer que estou com minhas marretas em punho, com o coração acelerado e já me sinto livre de mim!

Hoje sinto uma vontade enorme de correr o mundo, de conhecer tudo, de saber das coisas, descobrir pessoas, visitar lugares, ler livros, explorar tudo o que a vida me oferece. Estou preparada para me entregar a experiências jamais vividas, "retas" ou "tortas".


terça-feira, 4 de novembro de 2008




"Não quero medir a altura do tombo."