Um dia ela já foi uma grande aliada. Graças a ela eu fui capaz de enfrentar guerras e, muitas vezes, vencê-las. A sua força me proporcionou a estrutura de que eu tanto precisava para enfrentar os meus maiores temores e extirpá-los, um a um. Quando, por alguma razão, não podia superá-los, ela ao menos me fortalecia e me ajudava a permanecer firme. Sempre ereta. Sempre alerta. Sempre resistente.
Sua presença soberana já foi muito importante pra mim. E me orgulho por tê-la tido tantas vezes ao meu lado, impiedosa diante daqueles que pareciam querer me confrontar. Me derrotar.
Tempos passados, tempos passados...
Aquela que um dia me ofereceu vitória, hoje, ainda rígida e vigorosa, me faz encarar situações brandas e inofensivas com a mesma tenacidade de outrora. Mas, ao invés de me favorecer, me leva a engrandecer problemas tão pequenos! Aumenta o desconforto de momentos que poderiam ser resolvidos com serenidade. Destrói a minha chance de superá-los.
Ela não sabe fazer diferente...
Aquela que representava triunfo, hoje pode me fazer cair. Não devo mais contar com a sua ajuda cega. Agora é hora de deixá-la ir. É um momento difícil, pois viver sem ela é quase como recomeçar. Não sei se consigo sozinha. Mais que isso, não sei se consigo tirá-la da minha vida.
Viverei um dia de cada vez. Hoje não conto com ela. Não quero contar com ela. Apenas hoje. Se eu conseguir passar por esse dia sem permitir a sua manifestação, encararei o próximo dia. E assim levarei. Assim tentarei...