Menina de olhos grandes, atrevidos.
Às vezes tenho que lembrar-me do que lhe aconteceu para acreditar. Eu esqueço o tempo todo. E me assusto quando recordo.
Onde eu estava quando esses olhos perderam o brilho?
Menina de olhos pintados, arrogantes.
De tão menina que é, acha que é dona do mundo. Dona da verdade, dona de seu próprio destino. Desafia a tudo com seus olhos insolentes.
Onde eu estava que não percebi o risco que você corria?
Menina de olhos atentos, furiosos.
Olhos tão parecidos com os meus, um dia. Destemida, encara a vida com desdém. Como se jamais pudesse perder o jogo.
Onde eu estava que não lhe ensinei aquilo que já havia aprendido?
Menina de olhos tristes, sombrios.
Permite ser levada pelo vento e com ele vai. Esquece o caminho de casa e nem parece se importar. Vai para nunca mais voltar.
Onde eu estava que não lhe provei que as coisas podiam melhorar?
6 comentários:
Gostei tbém da munha interpretação, mas agora que entendi... bonito!!
;)
Obrigada!
(e eu tb gostei da interpretação que vc havia feito)
muito legal o texto!! merece ser relido...
Valeu, Dani!!
(Encontrei um espaço para me manifestar...)
Através da vastidão das nuvens que navegam no céu mutante refletido no vidro da minha janela, lembro-me do tempo que se esvai alarmante em eventos drásticos, ora tão-somente corriqueiros. O que fica é que: quando olho novamente para o reflexo daquela paisagem, nem as nuvens são as mesmas, nem o tempo estancou. É bem verdade que a fotografia, no seu todo, ainda se insinua idêntica. O tempo às vezes também nos trai, dando a crer que não flui.
Mas não é, não.
Manifeste-se sempre! =)
Há quanto tempo! Até fiquei com saudades! rs
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