
terça-feira, 7 de setembro de 2010
terça-feira, 24 de agosto de 2010
Vem aqui, olha!
Tô vendo.
Não. Vem aqui, olha!”
Ele me viu e me conheceu no esplendor da minha capacidade de ser eu mesma: criança, feliz, livre, solta... integrada com a natureza, curiosa, levada, feliz.
Repito, feliz! Como jamais poderei saber se conhecerei este estado de espírito de novo, com o mesmo vigor.
Ele me viu desabrochar para as coisas desconhecidas e não soube perceber quando eu estava me tornando uma mulher. Talvez fosse resistência em aceitar que a gente verdadeiramente cresce; talvez por excessiva proteção contra os fantasmas que estavam em sua cabeça; talvez apenas costume de ter as coisas em suas rédeas, sob seu controle.
E foram muitas as horas de amor e de ódio entre a gente. Afinal, esses dois sentimentos não são os lados de uma mesma moeda? E como saber o que era meu e o que era dele? E o pior, quanto disso tudo não se impregnou em mim mesma e hoje nem sei se vejo a fronteira entre o real e a fantasia?
O tempo faz essas coisas com a gente, nos desmancha. O que antes era claro e nítido torna-se impreciso. Memória de um sentir diferente que a gente guarda como um souvenir, uma entrada de sessão para um ótimo filme.
Quantas saudades de um tempo que não vai voltar mais.
Mas vou ainda repetir o mesmo diálogo, sempre:
“Vô, vô, olha o que eu consigo fazer!
Tô vendo.
Não. Vem aqui, olha!”
Texto de Rodrigo José Nunes Pinto, meu melhor amigo.
Vô-pai
Eu não posso dizer que eu não tive um pai. Eu tive, sim. Um tão presente quanto um pai de verdade seria. Ou mais. Talvez mais.
Diz a minha mãe que quando eu era criancinha eu chamava o meu avô de vô-pai. Eu não me lembro disso. Mas, se era assim, desde muito nova eu já entendia o que meu avô significa pra mim.
Convivi com meu avô com a proximidade com que se convive com um pai. Foi ele que me ensinou a gostar de natureza, já que me levava para o sítio em sua companhia e na da vovó todo santo fim de semana. Aprendi a andar no mato, a mexer com bicho, a nadar em riacho, a curtir a natureza íntegra. Graças aos seus incentivos aprendi até a montar cavalo.
Vovô é muito bravo. Militar. Aprendi com ele a ser muito educada. A falar sem os vícios dos “palavrões”. Depois que eu cresci, eu desaprendi. Mas aí a responsabilidade é toda minha.
Quando eu era adolescente dizia pra vovó que ela tinha sorte de ter nascido numa época diferente da minha, caso contrário, eu daria um jeito de o vovô ser o meu marido e não o dela! Isso é porque eu o admiro muito. Sua beleza (ele é lindo!), sua força, inteligência e competência. Bem que eu queria um marido assim.
Já falei que devido à grande diferença de idade e à distância entre as nossas gerações, houve um tempo em que a nossa comunicação ficou muita falha. Um não conseguia entender o outro. Como conseqüência nós brigamos muito. Tivemos brigas muito sérias. A gente tentou, inclusive, se afastar. Eu confesso que quis romper relações no ápice da minha angústia. A angústia de ver meu avô – meu herói – sendo tão feroz comigo. Mas o tempo sara feridas. Ainda que restem cicatrizes, as feridas acabam parando de sangrar e de doer. O tempo colabora com o perdão. Apesar das falhas, dos desentendimentos e críticas e das decepções, nós nos perdoamos um dia. Nos reaproximamos. Que sorte!
Sempre amei o meu avô e hoje eu sei por que sofri tanto todas as vezes que nós brigamos. Sei também que mesmo quando eu quis me afastar foi por amar demais e, assim, sofrer demais.
Ele é um exemplo pra mim e, em muitos aspectos, quero ser como ele. Eu já sou muito parecida com ele. Quem nos conhece, sabe.
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Simplesmente Fantástico, DEZ!!!
Two people meet
Seemingly for no reason
They just pass on the street
Suddenly thunder showers every where
Who can explain the thunder and rain
But there's something in the air"
domingo, 8 de agosto de 2010
segunda-feira, 28 de junho de 2010
Casamento dos sonhos

A música começa a tocar anunciando a tão esperada entrada da noiva. Todos os convidados se aglomeram no jardim. O noivo aguarda ansioso pela sua pretendente, posicionado atrás da piscina enfeitada com balões cor de rosa e vermelho.
O portão da garagem começa a se abrir e lentamente vai revelando a noiva. Ela usa um vestido branco bem armado, bem rendado. Na cabeça, um véu comprido cujo tamanho avantajado vai sendo percebido à medida que ela caminha e deixa atrás de si o seu longo rastro.
Com passos lentos e ritmados, ela se aproxima da piscina onde foi taticamente colocada uma passarela decorada com flores brancas. Apenas isso a separa de seu escolhido.
Ela caminha tranquila pela passarela e seu longo véu vai "lambendo" a água da piscina e fazendo nadar os balões.
Por causa do peso da água no tecido, a cabeça da noiva é puxada para trás. Sem se abalar, ela se esforça para manter seu corpo ereto e a postura.
Enfim a moça alcança seu noivo que a recebe com um sorriso no rosto e um delicado beijo na testa. A cerimônia irá começar e depois todos poderão comemorar a união do casal com uma deliciosa peixada cuidadosamente preparada pela mãe do rapaz.
Já unidos pelo matrimônio, a noiva precisa apenas jogar o seu buquê para as solteiras do lugar.
A noiva se posiciona, vira de costas para as garotas e começa a contagem:
"um...": as meninas se juntam, na expectativa de alcançar o buquê.
"dois...": elas se empurram procurando o lugar mais favorável para estar.
"três!": a noiva joga as flores. As mulheres se concentram, se esbarram. Ao longe vem uma cadela correndo frenética com a língua para fora (bicho de estimação do noivo). Ela pula de forma estratégica por cima da mulherada e consegue abocanhar o buquê que é destruído numa gostosa brincadeira.
As solteiras não conseguem esconder a frustração. Os demais convidados se revezam entre o susto e a gargalhada.
Agora a festa irá começar.
domingo, 6 de junho de 2010
Eu já consigo ir além do horizonte
terça-feira, 25 de maio de 2010
Definitivo

Por mais desejo que exista, por maior que seja a garra, o amor ou mesmo a ira, quem pode assegurar que algo é ou não é "para sempre"?
Com exceção da morte que é realmente definitiva, só no fim - no fim mesmo - da vida é que cada um poderá afirmar com alguma propriedade aquilo que foi ou que não foi (e nem há de ser) eterno.
segunda-feira, 10 de maio de 2010
quarta-feira, 5 de maio de 2010
Pedaço
"I don´t think that I can take it anymore... this crazy war."
"Tudo o que quer me dar é demais, é pesado, não há paz."
"Tudo o que quer de mim irreais expectativas desleais."
"É só isso. Não tem mais jeito. Acabou. Boa sorte."
"Habla me. Quere me. Es un amor possibile."
"Quem ama nunca sente medo de contar os seus segredos."
"Ninguém sabe dizer onde a felicidade está."
"O amor é feito de paixões e quando perde a razão não sabe quem vai machucar."
" No me ames porque estoy perdido, porque es el destino, porque no se puede."
"I can´t forget this evening or your face as you were leaving."
"Since you went away there´s nothing going right."
"I´m sorry but I've been really missing you."
"Quantos segredos traz o coração de uma mulher?"
"Meu coração faz chica chica boom chic."
"I'm very sure this never happened to me before."
"Right beside you is where I belong from this moment on."
"O sinônimo de amar é amar."
quarta-feira, 17 de março de 2010
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
Menina dos olhos
Menina de olhos grandes, atrevidos.
Às vezes tenho que lembrar-me do que lhe aconteceu para acreditar. Eu esqueço o tempo todo. E me assusto quando recordo.
Onde eu estava quando esses olhos perderam o brilho?
Menina de olhos pintados, arrogantes.
De tão menina que é, acha que é dona do mundo. Dona da verdade, dona de seu próprio destino. Desafia a tudo com seus olhos insolentes.
Onde eu estava que não percebi o risco que você corria?
Menina de olhos atentos, furiosos.
Olhos tão parecidos com os meus, um dia. Destemida, encara a vida com desdém. Como se jamais pudesse perder o jogo.
Onde eu estava que não lhe ensinei aquilo que já havia aprendido?
Menina de olhos tristes, sombrios.
Permite ser levada pelo vento e com ele vai. Esquece o caminho de casa e nem parece se importar. Vai para nunca mais voltar.
Onde eu estava que não lhe provei que as coisas podiam melhorar?