sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Silêncio

Foi uma estratégia de manipulação motivada pela carência e pela solidão. Pelo desespero também, talvez. Desejava-se, com ela, chamar atenção, trazer atenção, ganhar atenção. Conscientemente ou não.
Eu caí direitinho no jogo de azar e me tornei parte daquela encenação fervorosa. Dramática.
Houve muito medo, ansiedade e raiva. Tudo junto. Mas havia também muito amor, que era o único ingrediente capaz de dar liga aos outros sentimentos.
A intimidade gera liberdade. Essa deixa a porta aberta para brigas mais inflamadas.
E foi exatamente o que aconteceu. Amor e raiva, medo e ansiedade de mãos dadas eram a plateia de uma grande discussão.
A fúria se materializou com trovoadas verbais e tempestade salobra que se derramava pela face.
Depois do desabafo e, junto com o cansaço, veio o silêncio. Bem vindo inicialmente: o silêncio do sossego, do reparo, da cicatrização.
Por alguma razão, entretanto, o silêncio os calou para sempre dessa vez. E nunca mais se ouviu sequer uma canção.
E, nessas horas, silêncio nunca significa paz.


"Now you're just somebody that i used to know"

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