Rubem Alves
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
Reflita
As pessoas geralmente têm grande facilidade em “taxar” outras pessoas baseadas, muitas vezes, em rápidas impressões ou informações superficiais e escassas. Quem ainda não cometeu o erro deselegante de classificar alguém como “antipático”, “arrogante” ou “metido” (dentre tantas outras denominações em geral negativas) tendo como base um breve encontro ou, ainda pior, uma simples análise à distância e não descobriu, a seu devido tempo, que estava enganado?
Isso é extremamente comum, infelizmente, e pode causar males às “vítimas” que os próprios “agressores” desconhecem.
A verdade é que realmente devemos tratar o outro da maneira como gostaríamos de ser tratados. Isso resolveria muitos conflitos e problemas.
Não é nosso papel julgar pessoas, mas se não conseguimos abrir mão desse “direito”, que pelo menos o façamos sem tamanha leviandade. Basear-se, como disse, em simples suposições ou informações insuficientes é apostar na probabilidade de erro.
Na falta da certeza em relação à assertiva, calar-se é a alternativa mais sábia.
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
And Now You're Mine
And now you're mine. Rest with your dream in my dream.
Love and pain and work should all sleep, now.
The night turns on its invisible wheels,
and you are pure beside me as a sleeping amber.
No one else, Love, will sleep in my dreams. You will go,
we will go together, over the waters of time.
No one else will travel through the shadows with me,
only you, evergreen, ever sun, ever moon.
Your hands have already opened their delicate fists
and let their soft drifting signs drop away; your eyes closed like two gray
wings, and I move
after, following the folding water you carry, that carries
me away. The night, the world, the wind spin out their destiny.
Without you, I am your dream, only that, and that is all.
Pablo Neruda
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
A Você
Você esteve sempre ali a me cercar. Entrava e saía ano, você sempre deu um jeito de aparecer. Nem sei mais dizer quantas vezes eu ordenei para que você fosse embora e me deixasse livre. Já esbravejei com você, já chorei por você, já gritei e lhe insultei. Mas nunca nada disso foi suficiente para fazê-lo desaparecer enfim.
Amaldiçoei a sua existência inúmeras vezes e amaldiçoada acreditei que eu estivesse porque nunca consegui que efetivamente você me deixasse. Você fez sempre parte de mim e da minha vida. Ironicamente, esteve comigo em momentos importantes e inesquecíveis. Segurou com firmeza a minha mão e me fez companhia quando eu perdi amigos queridos. Ofereceu-me o ombro generosamente a cada descompasso que eu vivenciei. Ninguém esteve tão perto de mim como você esteve, cada vez que eu fracassei. E, apesar de toda a sua dedicação por mim, tudo o que eu rogava era que você sumisse!
Você seria capaz de se lembrar das vezes em que cruelmente debochou de mim? Pois eu me lembro de cada uma delas. É bem provável que você já tenha se esquecido. Dizem que as marcas ficam é naquele que padece. Em momentos em que eu depositei toda a minha crença em um projeto, uma parceria, uma vitória ou um amor e fatalmente fracassei, era a sua gargalhada sádica que me torturava. Era nítido que você se divertia com a minha aflição. E também por isso o odiei.
Entretanto, hoje eu preciso confessar-lhe algo. Foi preciso uma boa dose de maturidade e percepção para que eu pudesse constatar - com espanto - o que eu devo lhe dizer agora: apesar de a vida ser sempre muito melhor e mais agradável sem que você apareça e embora eu me sinta tão mais alegre quando você não está comigo, foi graças à imposição dos seus ensinamentos que eu aprendi a crescer. Foi por sua causa que eu precisei me fortalecer e encarar os desafios de frente e com firmeza. Aprendi a enxugar as lágrimas, a me reerguer, a recomeçar, a enfrentar. Aprendi, inclusive, a vencer. E é por tudo isso que eu hoje te agradeço, sofrimento.
domingo, 28 de setembro de 2008
sábado, 27 de setembro de 2008
Apaixonar-se é se arriscar
Não demora muito para aquelas pessoas, que outrora nem se conheciam, se tornarem tão importantes uma para a outra que, mais que namoradas, elas se tornam grandes amigas. Afinal, é aquela pessoa quem mais participa de tudo o que cerca a vida do outro, é com ela que as idéias são trocadas e os problemas são divididos, é ela quem dá consolo quando algo não vai bem, é com ela que se deseja passar a maior parte do tempo livre.
O tempo transforma dois em quase um. E isso traz uma satisfação muito grande. Sentimos que estamos completos e protegidos. Sentimo-nos confortáveis. A relação gostosa abre espaço para o compartilhamento, cada dia mais intenso, de muitas coisas que um dia foram tão particulares. Compartilham-se os dias, a casa, o quarto, a cama, os planos, os medos, as alegrias, o certo, o incerto, tudo. À medida que a relação fica mais séria e duradoura, mais a vida de um se torna a do outro.
Entretanto, o tempo trás também problemas. E, mais que nunca parceiros e cúmplices, o casal tem que aprender a lidar com os infortúnios e adversidades que vão surgindo. Deve-se saber lidar com a rotina, com os defeitos do outro, com os tantos e diferentes transtornos que fatalmente acontecem.
Alguns casais aprendem a lidar com os tropeços ao longo do caminho e até crescem com eles. Mas infelizmente a maioria dos enamorados se enfraquece a cada dificuldade que surge. Enfrentam um, outro e mais outro. Mas logo estão cansados demais. A cobrança de um com o outro surge implacável. E também muitas implicâncias. Muitas vezes aquela característica que encantava no início do relacionamento, hoje incomoda. Aquele defeito engraçadinho que fazia esboçar um sorriso no rosto, hoje irrita. As novidades foram substituídas pela rotina maçante. Pequenas discussões logo se tornam brigas sérias e os problemas tendem a crescer gradativamente, pois vão ficando sem resolução.
Um dia se olham e não mais se reconhecem. Sentem tanta falta um do outro e dos momentos em que eram felizes, mas o outro não parece estar mais ali. Em busca daquela felicidade vital que um dia já sentiram, os não mais apaixonados muitas vezes se afastam. E saem à procura de talvez um outro alguém que possa assumir o papel desempenhado de forma brilhante pelo velho parceiro, no início do relacionamento. Mas é quando se vêem mais perdidos. Porque devem abrir mão de uma pessoa que invadiu a vida, marcou presença e deixou rastros da estada em todos os lugares para onde se olhar. Mas principalmente dentro do coração. E abrir mão da presença cotidiana de alguém que um dia proporcionou tamanha satisfação, torna-se uma luta árdua. Ainda que se entenda que o momento do amor já passou.
domingo, 21 de setembro de 2008
segunda-feira, 26 de maio de 2008
Chove
segunda-feira, 12 de maio de 2008
Um Tango
Mas há algo ali tão claro.
Tristeza.
Não seria uma aflição?
Não duvidaria.
Qual a dança que ela dança?
Um Tango.
Marcado. Compassado. Seco. Quadrado.
Sublime e Melancólico.
Apaixonado também. Percebe a agonia da música?
É quase um grito. É um grito que deseja sair, mas sufoca. Luta e se debate.
Mas está aprisionado.
Ela se parece muito com a música que ela dança. Elas se combinam.
Se completam.
Não é a alegria que as move. Nem à música, nem à dançarina.
Percebeu que ela sorri?
É o sorriso mais triste que eu já vi.
quinta-feira, 8 de maio de 2008
Pra Você Eu Digo Sim
Uma vez me apaixonei e não foi o que pensei
Estou só desde então...
Se eu me entregar total
Meu medo é você pensar que eu sou superficial
Se eu não fizer amor, assim sem mais
Se você brigar e for correndo atrás de alguém
Não vou suportar a dor
De ver que eu perdi mais uma vez meu amor
Mas se eu sentir que nós estamos juntos
Longe ou à sós no mundo e além
Pode crer que tudo bem
O amor só precisa de nós dois, mais ninguém
Se você quiser ser meu namoradinho
E me der o seu carinho sem ter fim
Pra você eu digo sim!"
Rita Lee
domingo, 13 de abril de 2008
Minha Flor
Você se fez minha e, com seu jeitinho carinhoso, me tomou pra você. E eu me tornei sua.
Então passou a ser fácil notar o tamanho do meu amor por você.
Amor mútuo. Leal. Honesto. Genuíno.
Amor verdadeiro.
Meu por você...
Seu por mim...
Margarida.

Me desculpe se não fiquei ao seu lado até o último instante...
Eu não sabia.
Me desculpe se não fui capaz de te dar outra chance...
Eu não sabia, meu bem, que você estava indo embora. Tão cedo...
Eu achava que você ainda ficaria ao meu lado por muito mais tempo. Eu não previa uma separação. Ainda mais assim, definitiva.
Se eu soubesse, flor...
Ficaria até o último momento, com certeza. Te segurando forte em meus braços e te confortando.
Se eu soubesse, flor...
Lutaria contra o destino pra te salvar.
Me perdoe se eu não notei que você ia me deixar. Me perdoe se eu não fui capaz de impedir...
Eu não sabia...
sábado, 12 de abril de 2008
Um dia te levo comigo

Subo e desço as escadas várias vezes por dia, num corre-corre sem descanso. Há sempre muita coisa pra fazer. Mas ao meu lado ela está o tempo todo. Espertinha a me acompanhar. Subindo e descendo comigo, andando de um lado pro outro, quantas vezes forem necessárias.
Num momento de sossego, eu posso me sentar. Ao meu lado, sem dúvida, ela está. E aproveita a oportunidade para descansar. E até dormir, se der tempo.
Mas se eu me levanto, ligeira ela se levanta também. Disposta a me escoltar aonde quer que eu vá.
Num momento de amor explícito e desavergonhado, eu a enlaço em meus braços. Noto o brilho intenso dos seus olhos atentos em mim.
Seus carinhos serão sempre muito bem recebidos por mim. Eu sou carente como ela e, enquanto estamos juntas, nos completamos. E, certamente, não precisamos de mais nada.
A hora de voltar pra casa é vista por mim com satisfação, porque é também chegada a hora do repouso. Mas deixá-la lá me incomoda muito. É difícil dizer tchau praquela que silenciosamente me pede pra ficar.
"Um dia eu te levo comigo", eu repito sempre. E acredito nisso.
Homenagem à Margarida, a cadelinha mascote da Kriar Veterinária, clínica onde trabalho.