sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Para Sempre

Naquele dia, eles se encontrariam pra dançar. A dança era a única razão pela qual eles iriam se ver. Pelo menos era nisso que eles ainda teimavam em acreditar.

Quando ela chegou, a música e ele já a aguardavam ansiosos. Não perderam tempo com muitas palavras e começaram a dançar.

As caixas de som cantavam um Zouk delicioso. Provocante e sedutor, como todo Zouk. Com um pouco de atenção seria possível perceber que as batidas de seus corações tentavam acompanhar o ritmo bem marcado e envolvente daquela música.

Inicialmente, as mãos se tocaram. Logo em seguida os corpos unidos no mesmo embalo pareciam um só. A dança fluía livre como tem de ser. Desavergonhada. Danada.

Pra existir soberana, a dança exige total confiança entre os parceiros. E eles estavam entregues um ao outro. Enquanto dançavam, aquele homem e aquela mulher que pouco se conheciam, tornavam-se íntimos. Tornavam-se um só.

Eles já haviam dançado antes. E conheciam a magia da dança. Mas havia algo diferente naquele dia. Algo que não se podia explicar ao certo. Os corpos se buscavam mais do que de costume. A respiração parecia mais ofegante. Um frio na barriga chegava a incomodar. Havia uma sensação nova. Um gosto novo. Delicioso.

Os olhos dela insistiam em se manter fechados. Parecia que assim ela aproveitava melhor aquele momento.

Os olhos dele brilhavam. E teimavam em se fixar nela. Parecia que assim ele aproveitava melhor aquele momento.

A música foi, pouco a pouco, se distanciando deles. Era como se eles não precisassem mais dela. Ela estava bem ali a tomar conta do ambiente e qualquer um que passasse por perto daquele lugar notaria sua presença absoluta. Mas eles não mais a escutavam. Viviam agora uma dança diferente, única. Uma dança que só eles entendiam.

Cavalheiro, condutor, homem.
Havia mesmo de partir dele qualquer iniciativa mais ousada.

Dama, feminina, mulher.
Ela certamente o acompanharia. E lhe permitiria conduzí-la.

O beijo aconteceu fácil e naturalmente, porém explosivo. Eles agora viviam um misto de sensações agradáveis. E não havia motivo para aqueles lábios se desgrudarem. Homem e mulher se experimentavam. Se deliciavam. Se marcavam. Jamais se esqueceriam.


2 comentários:

Maia disse...

Intenso!!!

Lívia Dias disse...

Vc achou!?
Que bom!
Fico intensamente feliz!